segunda-feira, 16 de abril de 2018


                  OS CEM CLÁSSICOS INDICADOS PELA FAMÍLIA K. BRITO.

Depois de ler uma dessas listas que circulam pela internet decidimos escrever a nossa própria. Optamos por tentar manter balanceado o número de clássicos de latino-americanos e os demais. Definimos como clássico livros que consigam dizer algo sobre uma época, ou representem determinado gênero, não se relaciona com antiguidade ou com alguma forma rebuscada de escrita. Só indicaremos livros efetivamente lidos, seja por ambos ou por um apenas e informaremos sempre qual é o caso. As vezes indicaremos a obra antes do autor, por ser ela mesma a NOSSA referência, as vezes o autor virá em destaque, mas sempre apontaremos uma ou outra obra específica, assim, cada autor aparece apenas uma vez. Vamos publicar conforme conseguirmos produzir, porque a intensão não é só colocar o nome, é fazer algum comentário e, também, porque não é tarefa fácil definir “clássico”. Também tem obras que achamos que são clássicas e ainda não lemos. É importante ler clássicos, ir além dos clássicos também faz parte. É assim que fazemos. A ordem estabelecida é a da lembrança, não de importância. Estejam à vontade para comentar!

1)      Cândido, Voltaire. Você pensa, um filósofo francês do século XVIII? Deve ser um livro maçante! Errou! É uma delícia de ler. Quando eu pedi para o Gilberto uma sugestão de livro leve e bacana e ele me veio com esse, quase joguei o volume na cabeça dele. Como eu havia pedido e era essa a sugestão, dei uma chance. E que delícia foi. Viva as ideias e os jardins! Lido por Gilberto e Gislaine.
2)      Memórias Póstumas de Brás-Cubas, Machado de Assis. Muita gente leu obrigado na escola, principalmente na época que vestibular era a única forma de entrada no ensino superior. Foi o meu caso, mas foi uma obrigação que virou prazer. Não gosto de tudo que Machado escreveu e Esaú e Jacó foi uma das poucas obras de literatura que eu abandonei no meio do caminho. Contudo, não é possível falar em clássicos e não passar por Machado de Assis e de toda a obra essa é para nós a referência. Gilberto é louco também pelos contos, que eu conheço menos. Lido por Gilberto e Gislaine.
3)      Cem Anos De Solidão, Gabriel Garcia Marques. Esse livro eu esbarrei logo que me mudei para São Carlos, estava na casa da minha sogra e eu li em meio a um período que me preparava para um concurso. Eu li com calma e não me envergonho em dizer que tive que voltar algumas vezes para compreender. Conforme você se conecta com o texto e ele flui como as gotas da chuva que nunca que teimam em cair. Para o Giba é um livro importante para que conheçamos a américa-latina, tipo do livro que se deve ler gostando ou não, ainda que a qualidade literária dele seja inegável (acho que eu tive mais prazer em ler do que ele). Lido por Gilberto e Gislaine.
4)      Júlio Cortazár. Já que começamos com o realismo fantástico indicamos esse que o Giba gosta mais. As obras mais conhecidas ainda não lemos (como ‘O jogo de amarelinha’), mas Giba leu ‘Todos los fuegos e el fuego’ e gostou mais que o Gabriel Garcia Marques. Lido por Gilberto.
5)      Shakespeare. Não precisa de primeiro nome. Sabemos quem é. Não dá para indicar UMA obra dele. Pode pegar qualquer uma, vale a pena. Nós apontamos Otelo, o Mouro de Veneza, ciúmes e intrigas marcam o texto e Hamlet, que guarda duas das maiores expressões shakespearianas “ser ou não ser...” e “há algo de podre no reino da Dinamarca”. Lido por Gilberto e Gislaine.
6)      GOETHE. Começamos a ler juntos “O Fausto”, não terminamos porque eu fiquei doente e nunca mais retomamos. É preciso deixar claro que o problema foi comigo e não com o texto, que apesar de mais rebuscado é excelente. O Giba leu inteiro e por isso indicamos “O Sofrimentos do Jovem Werther”. Lido por Gilberto.
7)      Dostoiévski. Figurinha fácil e qualquer lista e ficamos em dúvida sobre a obra. Giba lembra sempre do ‘Crime e Castigo’ primeiro. Mas eu acho que é uma prova de fogo ler 100, 150 páginas antes do livro ficar bom. Preferimos indicar ‘Memórias do Subsolo’ que, para mim, é mais coeso. Lido por Gilberto e Gislaine.
8)      São Bernardo. Graciliano Ramos. Ok. Nem é a obra mais conhecida. O autor também poderia ir antes do livro de forma a indicá-lo no conjunto da obra. Acontece que esse é o texto de autor brasileiro favorito do Giba. Eu não vou tão longe, mas é realmente excelente. Lido por Gilberto e Gislaine.
9)      Pablo Neruda. Leia! Nem que seja só um poema se não curte tanto poesia. Mas leia. Há umas edições bilingues bem bacanas (é legal ver quais exatamente foram as palavras do poeta e com a tradução do lado fica fácil compreender o sentido). Cem Sonetos de Amor e As Uvas e o Vento são boas pedidas. Lido por Gilberto e Gislaine.
10)   Fernando Pessoa. Se ficar difícil conseguir listar cem indicações podemos separar cada um de seus heterônimos. Brincadeiras a parte, Gilberto ama o Álvaro de Campos, talvez até mais do que o Pessoa. Selecionamos ‘Mensagem’ que vale muito a pena ler, mas que também tem uma versão musicada muito boa, produzida pelo André Luiz Oliveira, cantada por diversos nomes, como Caetano Veloso, Gal Costa, Ney Matogrosso... (eu amo, é minha trilha sonora favorita das viagens para o Paraná). Lido por Gilberto e Gislaine.
11)   Jack London. Preterido em inúmeras listas de autores estadunidenses este é de longe o meu favorito norte-americano. Por isso é o primeiro que lembramos. Caninos Brancos é citado por ser a obra mais conhecida, é muito boa mesmo. Mas eu não deixo de citar Paixão pelo Socialismo, que é fabuloso.
12)   Germinal. Émile Zola. É o livro de literatura que li durante a época de graduação (isso tem pelo menos 15 anos) cuja memória me é mais viva. É forte, triste e belo. O filme é bom, segundo o Gilberto, mas eu não lembro de um filme por melhor que seja que se compare ao livro. Lido Por Gislaine.

Dessa vez paramos por aqui porque foi até onde o tempo deu. Mas como a ideia é também compartilhar nossas leituras gostaria de deixar claro que literatura é sempre uma boa pedida. Nem só de clássicos vive nosso hábito de leitura e isso é ótimo. Quando entreguei o material da qualificação e precisava terrivelmente de uns dias de leitura mais fácil acabei chegando ao Rick Riordan, autor considerado infanto-juvenil. Li ‘Os heróis do olimpo’ conjunto de 5 livros que dão continuidade a história do Percy Jackson. Foi excelente. São bons livros. Eu sou doida também por Agatha Christie, ou melhor pelas histórias do detetive Hercule Poirot que ela escreveu, mas reconheço que clássico mesmo é o Conan Doyle e seu Sherlock (que já, já entra na lista). Clássicos serão sempre importantes. Eles dizem muito sobre o que precisamos saber, nem todos são bons de ler, agradáveis, mas devem ser lidos. Porém ler é ainda mais fundamental que um clássico e muitas vezes precisamos ler outras obras para nos preparamos para a leitura de clássicos.