OS CEM CLÁSSICOS INDICADOS PELA
FAMÍLIA K. BRITO.
Depois de ler
uma dessas listas que circulam pela internet decidimos escrever a nossa
própria. Optamos por tentar manter balanceado o número de clássicos de latino-americanos
e os demais. Definimos como clássico livros que consigam dizer algo sobre uma
época, ou representem determinado gênero, não se relaciona com antiguidade ou com
alguma forma rebuscada de escrita. Só indicaremos livros efetivamente lidos,
seja por ambos ou por um apenas e informaremos sempre qual é o caso. As vezes
indicaremos a obra antes do autor, por ser ela mesma a NOSSA referência, as
vezes o autor virá em destaque, mas sempre apontaremos uma ou outra obra específica,
assim, cada autor aparece apenas uma vez. Vamos publicar conforme conseguirmos
produzir, porque a intensão não é só colocar o nome, é fazer algum comentário e,
também, porque não é tarefa fácil definir “clássico”. Também tem obras que achamos
que são clássicas e ainda não lemos. É importante ler clássicos, ir além dos
clássicos também faz parte. É assim que fazemos. A ordem estabelecida é a da
lembrança, não de importância. Estejam à vontade para comentar!
1) Cândido,
Voltaire. Você pensa, um filósofo francês do século XVIII? Deve ser um livro maçante!
Errou! É uma delícia de ler. Quando eu pedi para o Gilberto uma sugestão de
livro leve e bacana e ele me veio com esse, quase joguei o volume na cabeça
dele. Como eu havia pedido e era essa a sugestão, dei uma chance. E que delícia
foi. Viva as ideias e os jardins! Lido por Gilberto e Gislaine.
2) Memórias
Póstumas de Brás-Cubas, Machado de Assis. Muita gente leu obrigado na
escola, principalmente na época que vestibular era a única forma de entrada no
ensino superior. Foi o meu caso, mas foi uma obrigação que virou prazer. Não
gosto de tudo que Machado escreveu e Esaú e Jacó foi uma das poucas obras de literatura
que eu abandonei no meio do caminho. Contudo, não é possível falar em clássicos
e não passar por Machado de Assis e de toda a obra essa é para nós a referência.
Gilberto é louco também pelos contos, que eu conheço menos. Lido por Gilberto e
Gislaine.
3) Cem
Anos De Solidão, Gabriel Garcia Marques. Esse livro eu esbarrei logo
que me mudei para São Carlos, estava na casa da minha sogra e eu li em meio a
um período que me preparava para um concurso. Eu li com calma e não me
envergonho em dizer que tive que voltar algumas vezes para compreender. Conforme
você se conecta com o texto e ele flui como as gotas da chuva que nunca que
teimam em cair. Para o Giba é um livro importante para que conheçamos a américa-latina,
tipo do livro que se deve ler gostando ou não, ainda que a qualidade literária
dele seja inegável (acho que eu tive mais prazer em ler do que ele). Lido por
Gilberto e Gislaine.
4) Júlio Cortazár. Já que começamos com o
realismo fantástico indicamos esse que o Giba gosta mais. As obras mais
conhecidas ainda não lemos (como ‘O jogo de amarelinha’), mas Giba leu ‘Todos los fuegos e el fuego’ e gostou
mais que o Gabriel Garcia Marques. Lido por Gilberto.
5) Shakespeare. Não precisa de primeiro
nome. Sabemos quem é. Não dá para indicar UMA obra dele. Pode pegar qualquer uma,
vale a pena. Nós apontamos Otelo, o Mouro
de Veneza, ciúmes e intrigas marcam o texto e Hamlet, que guarda duas das maiores expressões shakespearianas “ser
ou não ser...” e “há algo de podre no reino da Dinamarca”. Lido por Gilberto e
Gislaine.
6) GOETHE. Começamos a ler juntos “O Fausto”, não terminamos porque eu
fiquei doente e nunca mais retomamos. É preciso deixar claro que o problema foi
comigo e não com o texto, que apesar de mais rebuscado é excelente. O Giba leu
inteiro e por isso indicamos “O Sofrimentos
do Jovem Werther”. Lido por Gilberto.
7) Dostoiévski. Figurinha fácil e qualquer
lista e ficamos em dúvida sobre a obra. Giba lembra sempre do ‘Crime e Castigo’
primeiro. Mas eu acho que é uma prova de fogo ler 100, 150 páginas antes do livro
ficar bom. Preferimos indicar ‘Memórias do Subsolo’ que, para mim, é mais
coeso. Lido por Gilberto e Gislaine.
8) São Bernardo. Graciliano Ramos. Ok. Nem
é a obra mais conhecida. O autor também poderia ir antes do livro de forma a indicá-lo
no conjunto da obra. Acontece que esse é o texto de autor brasileiro favorito
do Giba. Eu não vou tão longe, mas é realmente excelente. Lido por Gilberto e
Gislaine.
9) Pablo Neruda. Leia! Nem que seja só um poema
se não curte tanto poesia. Mas leia. Há umas edições bilingues bem bacanas (é legal
ver quais exatamente foram as palavras do poeta e com a tradução do lado fica
fácil compreender o sentido). Cem Sonetos
de Amor e As Uvas e o Vento são
boas pedidas. Lido por Gilberto e Gislaine.
10) Fernando Pessoa. Se ficar difícil
conseguir listar cem indicações podemos separar cada um de seus heterônimos. Brincadeiras
a parte, Gilberto ama o Álvaro de Campos, talvez até mais do que o Pessoa. Selecionamos
‘Mensagem’ que vale muito a pena ler,
mas que também tem uma versão musicada muito boa, produzida pelo André Luiz
Oliveira, cantada por diversos nomes, como Caetano Veloso, Gal Costa, Ney
Matogrosso... (eu amo, é minha trilha sonora favorita das viagens para o
Paraná). Lido por Gilberto e Gislaine.
11) Jack London. Preterido em inúmeras
listas de autores estadunidenses este é de longe o meu favorito norte-americano.
Por isso é o primeiro que lembramos. Caninos Brancos é citado por ser a obra mais conhecida, é muito boa mesmo.
Mas eu não deixo de citar Paixão pelo
Socialismo, que é fabuloso.
12) Germinal. Émile Zola. É o livro de
literatura que li durante a época de graduação (isso tem pelo menos 15 anos) cuja
memória me é mais viva. É forte, triste e belo. O filme é bom, segundo o Gilberto,
mas eu não lembro de um filme por melhor que seja que se compare ao livro. Lido
Por Gislaine.
Dessa vez
paramos por aqui porque foi até onde o tempo deu. Mas como a ideia é também
compartilhar nossas leituras gostaria de deixar claro que literatura é sempre
uma boa pedida. Nem só de clássicos vive nosso hábito de leitura e isso é ótimo.
Quando entreguei o material da qualificação e precisava terrivelmente de uns
dias de leitura mais fácil acabei chegando ao Rick Riordan, autor considerado
infanto-juvenil. Li ‘Os heróis do olimpo’
conjunto de 5 livros que dão continuidade a história do Percy Jackson. Foi
excelente. São bons livros. Eu sou doida também por Agatha Christie, ou melhor
pelas histórias do detetive Hercule Poirot que ela escreveu, mas reconheço que
clássico mesmo é o Conan Doyle e seu Sherlock (que já, já entra na lista). Clássicos
serão sempre importantes. Eles dizem muito sobre o que precisamos saber, nem
todos são bons de ler, agradáveis, mas devem ser lidos. Porém ler é ainda mais
fundamental que um clássico e muitas vezes precisamos ler outras obras para nos
preparamos para a leitura de clássicos.